RIO - As companhias aéreas ofereceram nesta quinta-feira reajuste de 3% para aeronautas (tripulação) e aeroviários (pessoal que trabalha em terra). A oferta é uma contraproposta à proposta original das duas categorias, que reivindicam 13% de aumento. A inflação acumulada em 12 meses até setembro, medida pelo INPC - que serve de base para negociações salariais - , está em 7,3%.
O reajuste de 3% foi apresentando hoje em reunião na sede do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), no Rio, às vésperas da divulgação do resultado financeiro das aéreas referentes ao terceiro trimestre do ano. A expectativa de analistas é que os indicadores econômicos das empresas não sejam bons, refletindo a guerra tarifária e a alta nos combustíveis, o que deve tornar a negociação salarial deste ano bastante dura.
De acordo com o assessor econômico do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Cláudio Toledo, o índice de 3% é o pior já apresentado pelo sindicato patronal e configura a pior proposta entre as 470 negociações realizadas este ano que foram acompanhadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
- É uma provocação. Não achem que ficaremos quietos. Vamos fazer barulho - ameaçou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, que participou da reunião no Snea, sem dar detalhes de que tipo de mobilização a categoria pretende fazer.
É o terceiro encontro entre representantes de empresas e trabalhadores desde que a pauta de reivindicações dos empregados foi entregue ao sindicato patronal, em 15 de setembro. Como a data-base do setor é em primeiro de dezembro, novas reuniões devem acontecer até lá. A próxima está prevista para dia 9 deste mês.
Além dos 13% de aumento geral, aeroviários e aeronautas pedem 20% de reajuste sobre o piso. O Snea ofereceu 5% sobre o piso. Em 2010, após uma tensa negociação e suspensão de greve da categoria pela Justiça, o reajuste concedido foi de 8,75%.
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