O governo senegalês anunciou nesta quarta-feira o fechamento de seu espaço aéreo para a Guiné em represália à retenção de um avião da Senegal Airlines pelas autoridades guineanas no aeroporto de Conacri desde segunda-feira.
Em comunicado divulgado em Dacar, a Administração do Senegal afirma que sua decisão é resultado da "aplicação do princípio da reciprocidade", após a "violação do direito e do regulamento internacional em matéria de cooperação e de navegação aérea" pela Guiné.
As autoridades da aviação civil guineana retêm um avião da companhia Senegal Airlines --que fazia a rota Dacar-Conacri-Dacar com 95 passageiros a bordo e aterrissou na Guiné na segunda-feira-- por uma dívida da extinta companhia aérea Air Senegal. Os passageiros chegaram aos seus destinos, mas o avião ficou retido.
Segundo o governo senegalês, Air Senegal e Senegal Airlines são empresas totalmente independentes, por isso, a segunda não pode ser considerada responsável por uma dívida deixada pela primeira.
Os analistas consideram que este incidente evidencia as difíceis relações entre as nações desde a chegada ao poder em 2010 do presidente da Guiné, Alpha Condé, após as primeiras eleições democráticas do país desde sua independência em 1958.
Condé acusou recentemente o Senegal de cumplicidade na tentativa de assassinato que sofreu em julho, quando um grupo armado atacou sua casa, matando uma pessoa e deixando várias feridas.
O presidente da Guiné afirmou a imprensa do Senegal que as autoridades senegalesas sabiam do plano para matá-lo, porque este teria sido articulado em um hotel de Dacar. O governo senegalês negou as acusações e reiterou que nunca permitiu que seu país servisse como base para desestabilizar qualquer Estado vizinho.
Fonte: Folha/UOL
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