Sob o comando petista há dez anos, a prefeitura de São Carlos está empenhada, desde 2008, em tornar o Aeroporto Estadual Mário Pereira Lopes uma unidade alfandegária e também se movimenta politicamente para convencer o governo do Estado, proprietário do aeroporto, a ampliar a pista dos atuais 1.700 metros para 2.500 metros, para que a cidade possa receber aviões de grande porte.
Com o aeroporto funcionando como rota internacional de cargas e com a pista mais comprida, São Carlos espera atrair mais empresas e aumentar o fluxo de mercadorias na região. A TAM, que opera o seu centro de manutenção de aeronaves de 4,5 milhões de m2 e 1,3 mil empregados no terreno do aeroporto, também é interessada na modernização. A ampliação da pista permitirá que a companhia aumente a movimentação de grandes aviões para manutenção. Já a internacionalização reduz a burocracia para a entrada e saída de aviões estrangeiros que recebem os serviços da TAM.
"Nossos Airbus 340 e Boeing 777 não podem pousar em São Carlos porque a pista é pequena. Com uma ampliação deixaríamos de fazer a manutenção deles no exterior. Se o aeroporto virar uma unidade alfandegária, nossos clientes internacionais não precisariam mais passar por um aeroporto internacional, como Guarulhos ou Viracopos, para passar pela Receita antes de seguir para manutenção no nosso centro", explica Ruy Amparo, vice-presidente da TAM. Com as mudanças, diz, a empresa criaria 500 empregos.
Estudo encomendado pela prefeitura de São Carlos mostra que as dez cidades da região do aeroporto concentram mais de 500 empresas importadoras e exportadoras, responsáveis por um volume de comércio exterior de mais de US$ 3 bilhões. "A maioria das empresas exporta e importa produtos com alto valor agregado, que são mais facilmente transportados a partir de um aeroporto. As empresas perdem tempo e dinheiro e ficam menos competitivas ao mandar mercadorias pelo porto de Santos ou por Viracopos, que é mais perto daqui", afirma Oswaldo Barba, prefeito de São Carlos.
"O desejo de ampliação do aeroporto vem desde 2008. O primeiro documento que eu entreguei foi em 2009. O [ex-governador José] Serra nem considerou. O Alckmin parece mais acessível, espero que possamos sentar e resolver", conta Barba. Segundo ele, a internacionalização já recebeu sinal verde da Receita Federal, mas o processo depende do governo estadual. "O aeroporto é do Estado, não é meu."
Em nota, o governo do Estado informou que vai estudar o caso. O ex-governador José Serra, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não recebeu nenhum pedido do município, formal ou informal, relativo ao aeroporto de São Carlos durante sua gestão. "À época, a TAM manifestou interesse em uma possível ampliação da pista, mas jamais manifestou nenhuma disposição em contribuir materialmente para o empreendimento." (LM)
Fonte: Valor Econômico
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