Wagner enviou um emissário para convencer a família de Luís Eduardo Magalhães.
"A substituição do nome do Aeroporto de Salvador, que homenageava o Dois de Julho, maior movimento pela Independência da Bahia e, quiçá, do Brasil, foi indevida. Nenhum homem substitui a saga de um povo", afirma o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), em entrevista ao Terra Magazine.
Em apoio ao projeto de lei Nº 6.106, de autoria do petista Luiz Alberto, ele articula o retorno ao antigo batismo, alterado após a morte do ex-presidente da Câmara Luis Eduardo Magalhães, vítima de um ataque cardíaco em 1998.
Numa movimentação diplomática, o governador enviou um emissário para convencer a família do filho de Antonio Carlos Magalhães. Apesar de admitir equívocos na homenagem a Luis Eduardo, de estilo mais discreto que o do pai e bem relacionado com a esquerda, a família se posiciona contra a campanha petista, por entendê-la hostil à memória da liderança do antigo PFL (atual DEM).
Na Bahia, a esquerda define a retirada do nome de Luis Eduardo como um reparo histórico a uma lei aprovada no Congresso durante o auge do poder federal de ACM, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Os Magalhães veem "revanchismo" e reconhecem a permanência de velhos rancores políticos no Estado.
Num artigo publicado no jornal O Globo, em abril de 2011, o compositor Caetano Veloso também demonstrou contrariedade com a permanência do nome do político: "Odeio ouvir, no avião, 'pousaremos no Aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães'. Não tenho nada contra o falecido deputado. ACM tinha a mania de homenagear seus parentes e amigos mortos usando o espaço público da cidade", criticou.
Em 1998, o então deputado federal Jaques Wagner votou a favor da homenagem ao pefelista. Treze anos depois, acredita que este é o momento ideal para reafirmar a importância do Dois de Julho: "Essa questão não se trata de luta política revanchista, até porque a Bahia já superou o período maniqueísta", diz.
Fonte: Jornal da Mídia
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