São Paulo – No fim do ano passado, a TAM e a American Airlines assinaram um acordo para compartilhamento de voos. Nesta quinta-feira, a AA e a também americana US Airways anunciaram a fusão de suas operações, criando assim a maior companhia aérea do mundo em volume de passageiros – algo que pode beneficiar a TAM.
A Americam Airlines e a US juntas terão uma frota de quase 1.000 aeronaves e voarão para cerca de 350 destinos. “Parece interessante a TAM manter um parceiro como a AA e agora também a US; elas possuem dezenas de rotas que atendem muito bem a região das Américas. Isso é positivo para os clientes TAM, que terão mais opções de horários e destinos”, afirmou Richard Lucht, diretor da pós-graduação da ESPM SUL e vinculado ao ITA.
No Brasil, a American Airlines sozinha já é de longe a companhia aérea americana com o maior número de rotas. Segundo Mauro Martins, especialista do setor de aviação, até o fim do ano serão nove destinos da AA saindo do Brasil para os Estados Unidos. “Trata-se de uma companhia com forte presença para destinos que interessam à TAM, pois tem uma malha aérea muito forte em toda a América Latina”, afirmou Martins.
Em dezembro do ano passado, a TAM Linhas Aéreas e a LAN Colômbia, unidades da chilena LAN, assinaram voos com a American Airlines para aumentar as opções de destino para a América do Norte. Como a AA faz parte da OneWorld, o acordo entre as companhias pode oferecer aos passageiros brasileiros e colombianos mais de 40 opções de viagem para os Estados Unidos e para o Canadá.
Na época do anúncio da parceria, Marco Antonio Bologna, presidente da TAM, chegou a afirmar em nota que com o codeshare, a companhia iria aumentar e diversificar as opções de voos na América do Norte.
Segundo Martins, ao mesmo tempo em que a criação da maior companhia aérea do mundo fortalece as operações da TAM, por serem parceiras, também cria um gigante desse setor que será mais forte para lidar com a concorrência. “Embora elas tenham acordo para compartilhar voos, não podemos esquecer nunca que são companhias diferentes e que concorrem de igual para igual no mercado”, disse o especialista.
Para o mercado brasileiro como um todo, a operação pode não ser muito positiva, pois existe uma grande possibilidade de algumas das rotas mais competitivas das duas companhias serem riscadas do mapa. Hoje, por exemplo, a US Airways oferece uma opção de voo saindo do Galeão, no Rio de Janeiro, para Charlotte, na Carolina do Norte, que muita gente desconhece. Por não ser um destino tão procurado, os preços costumam ser mais atraentes.
“Não é regra, mas a tendência é que essa rota venha a desaparecer com o tempo, dando espaço para destinos mais procurados e dessa maneira os preços podem se tornar menos flexíveis para o bolso dos brasileiros”, afirmou Martins.
O acordo entre a TAM e a American Airlines ainda não está em vigor. Como foi assinado recentemente, depende agora da aprovação do Departamento de Transporte dos Estados Unidos, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) no Brasil.
Até agora, segundo a TAM, somente o Departamento de Transporte dos Estados Unidos deu sinal verde para que a parceria vá adiante e os demais órgãos têm até novembro deste ano para dar seus pareceres.
Fonte: Portal Exame/Abril
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