A capa do site da ABC com a reportagem sobre o comandante
RIO - O comandante do voo 447 da Air France, que caiu em 31 de maio de 2009 matando 228 pessoas a bordo, estaria com uma mulher, em seu período de descanso, no momento em que o Airbus apresentou falhas que levaram à queda do avião no Oceano Atlântico. A hipótese foi levantada pela rede de TV norte-americana ABC News, no programa "Nightline". A reportagem, que também foi divulgada na quarta-feira no site da emissora, diz que o comandante Marc Dubois viajava acompanhado de uma tripulante da companhia aérea, que não estava trabalhando. Os copilotos tentaram chamá-lo, através de um alarme, cinco vezes. Ele só retornou à cabine dois minutos após o início da queda do avião.
Em maio do ano passado, a revista alemã "Der Spiegel" havia informado, com base em relatos obtidos com uma fonte anônima que estaria acompanhando as investigações do acidente, que o piloto não estava na cabine quando soou o primeiro alarme indicando problemas graves no avião. Ainda segundo a publicação, após o aviso sonoro, o comandante teria entrado na cabine e gritado instruções para seus dois copilotos. Na época, a revista reforçou a hipótese, já levantada anteriormente, de que o congelamento dos sensores de velocidade da aeronave, os chamados pitots, teria sido um dos fatores que provocaram a queda da aeronave. Na ocasião, as autoridades francesas não quiseram comentar a reportagem.
Segundo a ABC News, a Air France também não quis se pronunciar sobre as novas revelações. A companhia disse que aguarda o relatório final do Escritório de Investigação e Análise (BEA), órgão da França que apura a tragédia, previsto para ser divulgado no dia 5 de julho. Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, disse à ABC News que a suposta acompanhante não faz parte da investigação francesa porque a agência não está interessada na vida privada do piloto.
No sábado passado, o site G1 divulgou que o relatório do BEA já teria sido entregue às autoridades brasileiras. O documento sobre a queda do voo AF 447 apontou que os pilotos não compreenderam a tempo que o avião perdera sustentação após um procedimento equivocado do copiloto mais novo, e que isso levou à queda do avião. Segundo o relatório, pilotos ainda tentaram, nos minutos finais, impedir a tragédia. Mas a aeronave já estaria em velocidade tão baixa que foi impossível reverter a queda do Airbus A-330. O documento do BEA teria sido encaminhado também às autoridades dos Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Fonte: O Globo
0 comentários:
Postar um comentário