sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

0 Caso American Airlines ensina a observar os custos, diz presidente da Avianca

Expectativa de Efromovich é que o mercado de aviação cresça 7% ou 8% no próximo ano



São Paulo – A American Airlines já vinha demonstrando um problema grande com relação a seu endividamento e não havia outra opção a não ser a reestruturação, segundo José Efromovich, presidente da Avianca. “É uma empresa que vai retomar seu caminho em um espaço de tempo muito curto, eu acho”, disse.

Ao ver a situação das empresas norte-americanas, em que cinco das seis maiores já passaram por recuperação judicial, a lição que fica é tomar cuidado com os custos, segundo Efromovich. “Não deixar que isso extrapole. E não é tirar refeição que vai fazer a diferença”, disse.

Com a recente alta no preço do petróleo e desvalorização do real perante o dólar, a Avianca já teve que adequar seus custos ao mercado, segundo Efromovich, “Continuamos num programa forte de ajustes de custos”, disse. O programa de ajustes de processos e otimização será realizado durante todo o ano de 2012.

Crise

Em 2012, o nível de crescimento da indústria não deve ser o mesmo que dos últimos cinco ou sete anos, segundo Efromovich, mas haverá crescimento. A expectativa do presidente é que o mercado de aviação cresça 7% ou 8% no próximo ano. “Para a crise que está se desenhando na Europa e Estados Unidos, está bom”. O presidente mantém a expectativa da empresa de obter lucro no próximo ano.

A Avianca planeja aumentar sua capacidade entre 20% e 25% ao longo de 2012, enquanto outras aéreas evitam essa expansão. “Essa é a vantagem da empresa menor, essa capacidade de se ajustar melhor do que uma empresa grande”, segundo Efromovich. De toda forma, o crescimento da aérea vai depender da demanda. “Se crescermos 15% está bom”, disse.

Aeroportos e participação estrangeira

A Avianca confirma seu interesse em participar das licitações de aeroportos, mas espera para ver se a participação das aéreas poderá ser maior que 1%. “Estamos ansiosos para ver como será o pacote definitivo”, afirmou o presidente, sem detalhar, no entanto, qual a participação mínima almejada pela companhia. “O mínimo depende do modelo de negócio, tem que ver quanto eles vão cobrar de mínimo de entrada”, disse.

A empresa está aberta para a possibilidade de ter participação estrangeira, caso haja mudança na legislação brasileira, mas não de forma majoritária. “Mas não é nosso foco, não participamos de nenhuma reunião para que isso mude”, afirmou

O plano de investimento da Avianca para o período entre 2011 e 2015 é de 1,5 bilhão de reais. A empresa tem um pedido de 15 aeronaves Airbus 318, dessas, cinco foram recebidas em 2011, cinco serão entregues no próximo ano e o restante em 2013. O faturamento previsto para 2011 é de 840 milhões de reais, 51% superior ao de 2010.


Fonte: Exame/Abril

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