Unidade é o primeiro passo para criação do complexo aeronáutico de Minas Gerais.
ALISSON J. SILVA |
Confins também receberá investimentos para se tornar um dos cinco polos aeronáuticos que serão criados no Estado |
A Embraer, quarta maior fabricante de aviões do mundo, anuncia hoje a implantação de um centro de formação e capacitação de mão de obra no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Trata-se do primeiro investimento da empresa no país fora do Estado de São Paulo. A informação foi confirmada pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck.
Este é um importante passo para a criação de um complexo aeronáutico no Estado, projeto que integra a pauta de diversificação econômica de Minas Gerais, proposta pelo governador Antonio Anastasia. Inicialmente, o centro será voltado para a capacitação de pessoal e, no futuro, será destinado também ao desenvolvimento de aeronaves.
De acordo com o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, o complexo aeronáutico de Minas Gerais será formado por cinco polos. Segundo ele, o primeiro deles, a ser instalado na cidade de Itajubá (Sul de Minas), será voltado para aeronaves de "asas móveis", levando em consideração a localização da Helicópteros do Brasil (Helibras) e o Parque Tecnológico da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Ainda conforme Nárcio Rodrigues, em Tupaciguara (Triângulo Mineiro) será implantado o polo de aviões com asas fixas. O projeto prevê a construção de aeronaves pequenas, com capacidade para até oito passageiros.
"O terceiro polo regional ficará em Lagoa Santa (RMBH) e será voltado para a formação de profissionais e o desenvolvimento de componentes aeronáuticos. O quarto, a ser criado no Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, distante cerca de 45 quilômetros de Juiz de Fora, terá como objetivo dar suporte logístico à exploração do pré-sal. Já o quinto e último polo terá como meta transformar o aeroporto de Confins na primeira aerotrópole do Cone Sul", explica o secretário.
OMAR FREIRE/SECOM-MG |
De acordo com Nárcio Rodrigues, o complexo terá cinco polos |
Orçamento - Para isso, o governo de Minas está negociando R$ 700 milhões do Orçamento da União no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015. Do total, R$ 200 milhões são pleiteados já para o próximo exercício. Conforme Nárcio Rodrigues, que se reúne hoje com a bancada mineira do Congresso, a aceitação dos parlamentares mineiros, num primeiro encontro, foi unânime e favorável à emenda do governo estadual.
"Precisamos aguardar o relatório final para saber com qual orçamento o projeto será contemplado. Enquanto isso, prosseguimos com os estudos e parcerias para coordenação do projeto, objetivando não só a geração de novos negócios, como também a capacitação de mão de obra e o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado", diz.
Segundo o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (Fapemig), Mário Neto Borges, a partir de agora a implantação do complexo aeronáutico é uma questão de tempo. De acordo com ele, o avanço das negociações e a definição do governo do Estado das áreas de interesse e dos focos para cada polo irão contribuir para o desenvolvimento do projeto.
"Nossa expectativa é de que o projeto seja anunciado ainda neste ano. Mas, evidentemente, a partir do próximo exercício é que ele vai realmente sair do papel, apesar de, no caso dos polos de Tupaciguara e Uberlândia, os processos de implantação estarem mais avançados", afirma.
Na opinião de Borges, o complexo será um "divisor de águas" para Minas Gerais. Segundo ele, isso porque se trata de um setor que une conhecimento, ciência e tecnologia de ponta. "Além disso, o projeto vai promover um impacto econômico no Estado, não só do ponto de vista da atração de investimentos, como também da mudança no perfil da indústria mineira, com a contribuição de uma atividade de alto valor agregado, tendo a ciência de ponta como base de sustentação", justifica.
Fonte: Diário do Comércio/MG
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