sexta-feira, 21 de outubro de 2011

0 Avianca e Azul planejam expansão para 2012




Companhias preveem acelerar sem preocupação com esfriamento do mercado previsto pelas líderes TAM e Gol

Enquanto a TAM e a Gol, empresas maduras, refazem para baixo suas contas de crescimento do tráfego de passageiros para o ano que vem, a Avianca e a Azul, companhias em fase de expansão, planejam acelerar sem preocupação com a crise.

Na Avianca (antiga Ocean Air), empresa do grupo Sinergy, controlado pelo empresário German Efromovich, a estimativa para este ano é de aumentar o transporte de passageiros em 41%, para 3,4 milhões. Já o faturamento deve chegar a R$ 840 milhões, um aumento de 51% sobre o ano passado.

Segundo o presidente da Avianca, José Efromovich, a diferença entre a variação percentual do transporte de pessoas e o do faturamento deve-se à maior distância voada este ano do que no ano passado, por conta da entrada de rotas mais longas. Para 2012 a empresa só afirma que em janeiro aumentará em 70% o número de passageiros transportados na comparação com janeiro deste ano.

Para o ano de 2012, Efromovich acha cedo para fazer prognósticos, embora o diretor comercial e de marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, concorde que a tendência do mercado como um todo é de crescer duas vezes e meia a três vezes o Produto Interno Bruto (PIB), o que daria algo em torno de 10% - mesma estimativa das líderes do setor.

Com a chegada de quatro aeronaves A-320 este ano, Efromovich avalia que a Avianca poderá entrar efetivamente no transporte de cargas (os porões comportam). Com isso, a carga passaria de uma fatia residual na receita para cerca de 5% no fim de 2012, o que justificará, segundo ele, a criação de uma unidade de negócio específica.

Na Azul, o presidente, Pedro Janot, também afirma que observa "um certo esfriamento" do mercado, mas que a empresa, em fase de "desbravamento de fronteiras", não enfrenta suas consequências. Tanto que de agora até janeiro de 2012 inaugura novas linhas entre Rio de Janeiro e Vitória, Rio e Porto Alegre, Campinas-Sinop (Mato Grosso) e Campinas-Salvador-Paulo Afonso (BA). "Vamos entrar 2012 com o pé no acelerador", diz.

A portuguesa TAP anunciou ontem que a crise europeia fará do Brasil, já em 2012, a sua principal fonte de faturamento, superando o país de origem, um dos focos dos problemas econômicos da Europa. Com um aumento de 221% das frequências entre Lisboa e cidades brasileiras de 2001 a 2011, a TAP obteve do tráfego brasileiro 21% do seu faturamento em 2010 e no primeiro semestre deste ano, contra 29% de Portugal.

Mas o vice-presidente Executivo da empresa, Luiz Gama Mór, avalia que já em 2012 o Brasil assumirá a liderança na estatística da receita. Hoje a TAP realiza 74 voos semanais entre Lisboa e 10 cidades brasileiras, fazendo da capital portuguesa um verdadeiro "hub" (aeroporto concentrador) para conectar o Brasil com mais de 50 destinos na Europa.

Segundo Mór, a empresa deverá aumentar em aproximadamente 6% o total de passageiros transportados em 2012, ante um crescimento de 9% estimado para este ano. Ele disse que a redução no ritmo está relacionada com a conjuntura econômica, mas também com a limitação de frota da empresa.



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