Agora, as companhias aéreas começam a cortar comissários dos aviões -e até incumbem o passageiro de abrir a porta principal em eventual emergência.
O sindicato de aeronautas atribui a redução à ânsia das empresas de poupar e fala em risco à segurança de voo.
As empresas negam e dizem não fazer nada além do que já é adotado pelo setor em outros países como, por exemplo, os Estados Unidos.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirma que a segurança não está sob ameaça -e que não lhe cabe se meter no serviço de bordo.
Em 2010, o número de passageiros subiu 21%. As passagens baratearam 18%.
Entre as principais companhias, a Webjet, vendida à Gol, foi a primeira a receber da Anac autorização para reduzir o número de comissários, de quatro para três, em todos os seus aviões.
Desde novembro, mantém um funcionário na frente e dois atrás em suas aeronaves. Antes, eram dois por setor.
Cabe a um passageiro da primeira fila, em caso de emergência, abrir uma das portas do avião e ajudar os demais passageiros a sair.
Se houver recusa, a Webjet delega a função a outro.
"O passageiro saberá usar a escorregadeira [equipamento inflável para sair do avião] numa situação de emergência? Não vai", diz Leonardo Souza, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas e comissário da Gol.
RESPONSABILIDADE
A medida, afirma, transfere para o passageiro a função mais importante do trabalho de um comissário: cuidar da segurança durante o voo.
Em 2007, no Japão, um avião da China Airlines com 157 passageiros e o motor em chamas foi esvaziado pelos comissários cinco segundos antes de explodir. "Com um passageiro ajudando, seria assim?", questiona Souza.
O precedente para o corte de comissários se deu em março de 2010, com uma nova regra da Anac.
Inspirada em normas dos Estados Unidos e Europa, a agência definiu que aviões com até 150 lugares podiam ter três comissários.
A maioria usava quatro, um para cada porta.
O pedido mais recente veio da TAM, que, em junho, obteve aval para reduzir um comissário no seu menor avião, o Airbus A-319, para 144 pessoas. A empresa diz que não adotará a medida. A Avianca fez o mesmo para a sua frota; a Gol discute com a Anac.
Fonte: Folha UOL
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