sexta-feira, 6 de maio de 2011

1 Os caroneiros dos ares



Que os aviões estão superlotados no Brasil já não chega a ser novidade para ninguém. As enormes filas nos guichês de check-in e a espera interminável para ultrapassar a máquina de Raio-X tiram a paciência de qualquer um que dependa do transporte áereo.

Na hora de entrar no avião, depois de esperar e esperar, ainda é preciso formar fila:

- Assentos das fileiras 1 a 15 do lado direito, das fileiras 16 a 31 do lado esquerdo, por favor - orienta o funcionário da companhia aérea, já sem vontade de responder perguntas de quem ficou em dúvida.

Fora das filas, os passageiros que pagaram tarifas mais caras, idosos, crianças, ou quem tem cartões de fidelidade da companhia, cartão de crédito de algum banco que tenha acordo com a companhia ou ainda os furões habituais.

Todos a bordo, sentados e com os cintos "afivelados", e a porta vai ser fechada. Calma, ainda não. É hora dos caroneiros. De repente o corredor do avião é tomado por 10 ou mesmo 20 funcionários da companhia aérea que desejam voltar para casa. Por algum detalhe de escala, o último voo daquela gente caiu naquele aeroporto. E é preciso encontrar lugar nos aviões para levar o pessoal para casa.

Só que o avião está lotado.

Às vezes no check-in o atendente avisa:

- Só tem lugar no meio, já acabaram corredores e janelas.

Sem opções você aceita. É preciso ir para casa. Encolhe bem os ombros, vai ao banheiro antes do embarque e reza para que o passageiro da janela não queira fazer xixi. Levantar naquele aperto é um desafio incômodo.

Aí os caroneiros entram no avião e "tchun", rapidamente ocupam aquele corredor que estava livre 5 segundos antes. Você pagou o bilhete e vai no meio. O co-piloto gordo risonho viaja grátis e dormindo no assento do corredor.

Os caroneiros encontram assentos mesmo em aviões lotados e com overbooking. Deve ser alguma mágica.

Caroneiro é uma praga quase tão ruim como amigo de comissário. Você está em um voo transatlântico. Pagou caro para um assento na classe executiva. Quer um pouco de tranquilidade, sossego. O dia seguinte será longo, você precisa descansar. Aí do seu lado tem um cidadão que, de cara, pede duas taças de champanhe, antes de o avião decolar. E segue a trilha etílica com vinho, vodka ou o que mais estiver à mão. A odisseia só é interrompida pelo discreto contato de um comissário, de vez em quando.

Sim, esse é o amigo do comissário. Comprou econômica, ganhou executiva pela amizade. Combinam sair para a balada no destino no dia seguinte. E você, ao lado, precisa passar 12 horas escutando conversa de bêbado. Sem dormir.

O avião perdeu o glamour. Os caroneiros ajudam a piorar sua viagem.

Na próxima vez, considere ficar em casa. Pode ser muito melhor.

Fonte: Terra Magazine

1 comentários:

  1. Em primeiro lugar gostaria de dizer que o autor do texto é um completo idiota. A prova viva de que pra ser jornalista no Brasil basta fazer um vestibular e tirar uma nota superior a zero, mas não necessariamente superior a 1. Temos cada vez mais jornalistas desinformados, como analfabetos letrados, que apenas passam desinformações... E esse é o caso dele.

    Por acaso ocorreu ao imbecil que escreveu esse artigo, que tripulantes terminam suas jornadas de trabalho a milhares de quilômetros de casa? Que tripulantes regulamentam e devem retornar às suas casas ou bases? Que não raramente vão assumir vôos e substituir outras tripulações também e têm que ir de alguma forma pra onde vão assumir os vôos?

    Muito bem, eu vou fazer uma sugestão: Que na próxima vez as tripulações não mais incomodem o autor do texto. Que usem como meio de transporte o lombo da mãe dele, e dele mesmo se for o caso.

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