Proprietários rurais estão 'capitalizados', dizem diretores.
Durante a Agrishow, no interior de SP, foi vendido avião de US$ 1,4 milhão.
A perspectiva de aumento de vendas de barcos de passeio levou a Ventura Náutica, de Minas Gerais, a buscar novos clientes na Agrishow, maior feira agrícola do país, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. “Os agricultores estão bem capitalizados. Começamos há pouco tempo focar nesse público e estamos certos de que tomamos uma boa decisão”, disse Carlos Renato Motta, diretor da VS Náutica. No ano passado, segundo Motta, foram vendidas oito embarcações durante a feira. Neste ano, a expectativa é de que até 15 barcos sejam comercializados.
“Hoje em dia não é mais tão difícil comprar um barco. Não é só gente muito rica. Temos um modelo com motor de 60 cavalos, potência boa, por R$ 36 mil. Os agricultores compram para lazer, para usar na própria propriedade, na maioria das vezes”, contou.
Durante visita à área da Agrishow reservada para veículos, o agropecuarista Antonio Cândido aproveitou para conhecer novos modelos de barcos e, “mais para frente”, trocar a embarcação que tem.
“Comprei em 2005. Esse é o tipo de coisa que não se troca com a mesma frequência de carro, mas estou dando uma olhada no que tem de novidade”, disse Cândido, cujas propriedades estão localizadas em Goiás e no interior de São Paulo.
Buscando atrair compradores, a Líder Aviação se refere aos seus aviões executivos como “máquinas de ganhar tempo”. Esse tipo de venda é restrita a um grupo menor de possíveis compradores. Porém, a intenção de compra tem aumentado tanto que, neste ano, em apenas dois dias de Agrishow, uma aeronave de US$ 1,4 milhão, foi vendida. Em 2010, ano em que a empresa, presente em 22 aeroportos do país, com 23 hangares, participou pela primeira vez da feira agrícola, apenas uma foi comprada, em seis dias.
“Estamos muito animados. Certamente teremos surpresas nos próximos dias”, disse a Luciana Dorella, gerente de marketing da empresa, indicando que novos negócios deveriam ser concluídos. O avião comprado por um grande empresário, cuja identidade não pode ser revelada por questões contratuais, pagou a aeronave, um bimotor Baron G58, à vista, mediante depósito bancário. No momento da compra, o empresário teria dito “estar realizando um sonho”. No entanto, a empresa dá opção de o equipamento ser financiado por meio de leasing, por exemplo.
A empresa tenta vender a ideia de que o gasto com a compra compensa, já que o Brasil tem um grande número de pistas não pavimentadas – são cerca de 3.500 pistas de terra, saibro ou cascalho – permitindo que esse tipo de aeronave pouse em muito mais lugares que a aviação comercial, que só conta com 700 pistas próprias para aterrissagem.
Quanto ao perfil dos empresários que buscam ter seu próprio avião, Philipe Figueiredo, diretor de vendas de aeronaves da Líder, disse ser diferente do observado em anos anteriores. “O dinheiro está mudando de mão. “Empresários do 'middle market' agora têm mais condições que antes para fazer um investimento como esse. Eles veem que não é tão pesado colocar esse custo no fluxo de caixa, já que ele economiza no transporte e ganha horas ao fazer o deslocamento aéreo.”
Fonte: G1.com
0 comentários:
Postar um comentário