
Os 31 aeroportos regionais administrados pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) deverão passar às mãos da iniciativa privada até 2014. A proposta não é privatizá-los, mas adotar o modelo de concessão de parceria público-privada, ou seja, eles vão ser explorados financeiramente por empresas e continuar sob a gerência do estado. Os aeroportos de Bauru e de Marília, no Centro-Oeste Paulista, são alguns do que serão privatizados, conforme o anúncio do governo estadual.
O aeroporto “Moussa Tobias”, considerado um dos aeroportos mais importantes da região, apesar do movimento tranquilo, no mês passado bateu recorde no transporte de carga, com mais de 206 mil quilos de mercadorias. Número que poderia ser maior não fosse à falta de um terminal específico para o serviço. Mas há outras necessidades.
“Local para almoçar, porque não existe. Melhor transporte, porque taxi custa muito saindo do centro de Bauru. Também acho que deveria ter o equipamento para ser utilizado com o tempo ruim. Fica fechado no mau tempo, de neblina que é normal por aqui. Teve casos de um voo chegar às 5h e estar cancelado o voo. É muito chato isso”, informou o prestador de serviços, Luiz Renato Furlan.
No aeroporto Bauru-Arealva funcionam apenas uma lanchonete e uma empresa locadora de veículos. Os demais locais construídos para lojistas continuam vazios. Além disso, as três empresas aéreas que atuam no aeroporto oferecem rotas restritas aos clientes. Apesar do quadro pouco atrativo, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Bauru, Paulo Roberto Ferrari, garante que há empresas interessadas em trabalhar no local.
“Várias empresas querem se instalar. A gente tem um potencial de negócio no mercado aeronáutico muito bom, como empresas de manutenção, de carga, enfim, empresas ligadas ao setor. E com a burocracia que o estado tem fica um pouco difícil, um pouco lento. Então, uma concessão para uma empresa privada agilizaria esse processo”, avisou.
Desde 2005, quando foi construído, o “Moussa Tobias” vem sendo administrado pelo Daesp. Passou por algumas melhorias, como a instalação de instrumentos que auxiliam voos noturnos, pintura e sinalização da pista. Pequenos investimentos se comparados com os de outros aeroportos do país. A parceria do governo com uma empresa privada pode ser o impulso para o aeroporto.
A expectativa é de que o mesmo aconteça no aeroporto de Marília, que também passou por obras como a adequação das pistas e vias de acesso. No mês passado, o aeroporto recebeu 8.543 passageiros e movimentou mais de 91 mil quilos de cargas. “A iniciativa privada que quer buscar no interior, não somente o transporte de passageiros querem criar zonas francas, querem transportar riqueza e, mais que isso, o interior precisa de uma interligação das várias matrizes de transporte. Então, o aeroviário com o ferroviário, com a hidrovia. É isso que dará para o empresário a consistência necessária para ele dizer posso gerar riqueza que eu terei condição de escoar essa riqueza.
Em nota, o Daesp confirmou a abertura de um restaurante no aeroporto Moussa Tobias e também mudanças no estacionamento. Os dois serviços foram concedidos no mês passado à empresas privadas.
Fonte: Portal G1/SP
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