A nova divisão, a Iberia Express, começará a operar em 2012 com quatro aviões da Airbus, modelo A320, da Iberia, segundo comunicado divulgado ontem pela International Consolidated Airlines Group (IAG), holding da fusão. A frota será ampliada para 13 aviões até o fim de 2012.
"A subsidiária está sendo fundada para concorrer eficientemente nos mercados espanhol e europeu", informou a IAG. "Com o tempo buscará desenvolver novos mercados e destinos e fortalecer o centro de traslado de Madri."
A criação de uma divisão de baixo custo foi discutida pela primeira vez dois anos atrás. Os voos de curto percurso da Iberia enfrentaram uma concorrência cada vez maior das companhias de baixo custo como a Ryanair, em expansão na Espanha, e a entrada em operação, em 2008, da linha de trem de alta velocidade Madri-Barcelona, uma das rotas de viagens de negócios mais movimentadas. A Iberia disse dois anos atrás que estava avaliando se inauguraria ou não uma divisão de baixo custo.
"Para nós é uma necessidade - temos de nos adaptar à época e à concorrência", disse o principal executivo da Iberia, Rafael Sánchez Lozano Turmo, em teleconferência ontem em Madri. "A intenção dessa empresa é ganhar dinheiro - temos concorrentes que ganham."
A Iberia, sediada em Madri, registrou um prejuízo operacional de€ 78 milhões (US$ 105 milhões) nos seis primeiros meses do ano, enquanto a British Airways contabilizou € 210 milhões em lucros no mesmo período.
A Ryanair, a maior companhia de baixas tarifas da Europa, mais do que dobrou o número de suas bases na Espanha para onze, a partir de cinco, nos últimos três anos, o que elevou o número das rotas no país de 243 para mais de 500.
As ações da IAG subiram 2,7 centavos de libra esterlina, ou 1,7%, para 158,7 centavos de libra esterlina, no pregão de ontem de Londres, antes da realização do anúncio. Os papéis caíram 44% desde a fusão, de 24 de janeiro, reduzindo seu valor de mercado a 2,9 bilhões de libras esterlinas (US$ 4,5 bilhões).
A Iberia Express terá custos operacionais mais baixos que a deficitária divisão de curto e médio percurso da empresa, e contratará novo quadro de pessoal a "preço de mercado", além de melhorar a taxa de utilização das aeronaves, segundo o comunicado. A divisão empregará 500 pessoas, disse Sánchez-Lozano à imprensa.
Os atuais funcionários manterão as mesmas condições de trabalho e salários, segundo a IAG. A criação da nova divisão não terá impacto sobre as relações da Iberia com a Vueling Airlines, a empresa espanhola de baixas tarifas na qual a Iberia tem 46% do capital, ou com sua filial Air Nostrum.
A criação da divisão poderá despertar a ira dos sindicatos, e possivelmente invocar a ameaça de uma greve de parte da tripulação da Iberia na medida em que mais aviões forem transferidos para a nova empresa, segundo Geoff van Klaveren, do Deutsche Bank.
"Está bem claro que a 'velha frota' vai perder rotas, rapidamente, para a 'nova frota'", disse Van Klaveren, em nota. "Vemos, portanto, uma nítida possibilidade de uma greve dos pilotos e da tripulação de bordo na Iberia, mas acreditamos que as vantagens de mais longo prazo para os acionistas superam significativamente o custo de curto prazo de alguma greve."
Fonte: Valor Economico
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