sábado, 16 de abril de 2011

0 Em situação crítica, Aeroporto de Vitória aparece no topo da lista de superlotação do país



Os frequentadores do Aeroporto de Vitória já sabem muito bem que a conclusão das obras de ampliação e melhoria da estrutura são urgentes. Falta espaço adequado para os passageiros no saguão, na sala de embarque, na sala de desembarque, assim como faltam vagas de estacionamento e a pista de pouso e decolagem necessita de ampliação. Porém, um estudo do Ipea, divulgado na manhã desta quinta-feira (14), traduziu em números esse drama: o Aeroporto de Vitória tem a situação mais crítica do país e opera superlotado, com uma taxa de ocupação de 472%.

A taxa é obtida a partir da divisão do número de passageiros movimentados pela capacidade do aeroporto. Além do Eurico Salles, na capital capixaba, outros 13 aeroportos trabalham em situação crítica, com taxa de ocupação média de 187,15% no ano passado.

Vitória aparece no topo da lista, seguido por Goiânia (391%) e Florianópolis (243%). A lista dos aeroportos em situação crítica continua com Fortaleza (169%). Porto Alegre (166%), Confins-MG (145%), Viracopos-Campinas (143%), Brasília (141%), Cuiabá (133%), Guarulhos (130%), Congonhas (129%), Natal (127%), Maceió (119%) e Manaus (108%).

Em 2003, o número de passageiros nos 67 aeroportos brasileiros foi de 71,2 milhões. Em 2010, esse movimento saltou para 154,3 milhões de passageiros, um crescimento de 116,7%. Nesse período, o governo investiu R$ 8,79 bilhões em aeroportos e no controle do tráfego aéreo. Porém, o Ipea ressalta que a média de execução do programa de investimentos da Infraero foi de apenas 44% (ao se comparar os recursos autorizados com os realizados). "Isso aponta para a necessidade de inadiável aprimoramento na gestão empresarial da Infraero", diz o estudo do instituto.

Dos 20 maiores aeroportos do País, apenas três estavam em situação adequada no ano passado, ou seja, com taxa de ocupação inferior a 80%: Galeão (RJ), Salvador e Recife. Outros três estavam em situação preocupante, com taxa de ocupação entre 80% e 100%: Curitiba, Belém e Santos Dumont (RJ).

O estudo "Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações", divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), além de traçar um panorama dos 20 principais aeroportos brasileiros, também revela que a maioria dos aeroportos de cidades-sede da Copa não estará pronta até 2014.

Preocupação

Nas últimas semanas, diversas autoridades brasileiras e internacionais têm mostrado preocupação em relação à situação dos aeroportos do País. Um deles foi o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Segundo ele, as demais obras necessárias para a Copa de 2014 estão seguindo o calendário previsto. "O único desafio para o qual não consigo enxergar a solução é a concessão dos aeroportos", afirmou.

No final do mês passado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, advertiu os brasileiros que o torneio será "amanhã", e não "depois de amanhã". Esta semana, o ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou que a presidente Dilma Rousseff vai anunciar "inovações" no sistema aeroportuário brasileiro logo após a sua viagem à China. Segundo ele, a modernização do sistema já começou, com a mudança de comando na Infraero e a escolha de Wagner Bittencourt de Oliveira para comandar a recém criada Secretaria de Aviação Civil.

Vitória: exemplo significativo

A experiência brasileira recente demonstra que obras de infraestrutura em aeroportos demandam alguns anos entre a etapa de projeto e a sua conclusão. Um exemplo significativo é o do aeroporto de Vitória, de acordo com o estudo do Ipea.

"As obras foram iniciadas em fevereiro de 2005, mas foram interrompidas em junho de 2008, quando o TCU constatou irregularidades. No final de 2009, a Infraero rescindiu o contrato com a empreiteira responsável pelas obras. A publicação de um novo edital, para contratação de outra empresa, está prevista para março de 2011. A capacidade atual do aeroporto de Vitória-ES é de 560 mil passageiros por ano. Em 2010, o aeroporto recebeu 2,6 milhões de passageiros, ou seja, mais de quatro vezes a sua capacidade. O plano de investimentos já está defasado, pois prevê o aumento da capacidade para 2,1 milhões de passageiros".

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